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quarta-feira, 7 de julho de 2010
Sociedade Caboverdeana de Tabacos tem lucros de 157 mil contos
A SCT teve um resultado líquido de 157 mil contos em 2009, uma redução de 3% em relação ao ano anterior, refere o relatório de contas da empresa publicado recentemente. No entanto, o resultado operacional bruto cresceu 3%, sendo que a redução ocorrida nos lucros deveu-se ao fim dos benefícios fiscais de 3 anos concedidos aquando da sua cotação na Bolsa de Valores.
A empresa vai distribuir 150 mil contos em dividendos - mais de 95% dos resultados líquidos - o que perfaz um montante de 625$00 por acção (contra 645$00 em 2008).
Ainda segundo o relatório, a rentabilidade dos capitais próprios reduziu-se ligeiramente para 30,1% (contra 31,1% em 2008), mas mesmo assim superior a 2007 (29,9%). Por outro lado, regista-se uma diminuição de 9% do total da capitalização bolsista da empresa em 31 de Dezembro de 2009 (465 mil contos) em comparação com o mesmo período de 2008 (514 mil contos), continuando a tendência decrescente em relação a 2007 (584 mil contos).
Com um capital social de 240.000 contos detido maioritariamente por um agrupamento de empresas (A Promotora, Irmãos Correia, Moave e Sita - que, juntos, detêm 51,15% das acções), seguida da Câmara Municipal do Sal (12,5%) e público em geral (36,35%), a empresa é dirigida por Júlio Andrade, tendo como Presidente do Conselho de Administração Emanuel Setembrino.
De notar que a SCT detém o monopólio da importação, produção e distribuição de cigarros em Cabo Verde, até 2012. O fim do monopólio representará um desafio adicional à empresa, que além da concorrência que muito provavelmente irá surgir, deverá enfrentar cada vez mais as pressões sociais contra o consumo do tabaco também aqui no país. Neste contexto, afigura-se difícil para a SCT continuar a exibir os excelentes resultados tidos até agora e consequentemente os mesmos níveis de rentabilidade do capital para os accionistas - a menos que opte por uma estratégia agressiva de diversificação de investimentos e/ou entrada em novos mercados, nomeadamente nesta sub-região africana (onde, no entanto, a concorrência é bastante acirrada).
A SCT tem, portanto, apenas 2 anos para mostrar aos accionistas que têm um plano para manter (ou aumentar) o nível de resultados da empresa e de rentabilidade por acção. Sob pena de, estes, aproximando-se o fim do monopólio, optarem por desfazer-se das suas acções na Bolsa de Valores em direcção a pousos mais rentáveis, o que teria naturalmente um impacto no preço das acções e consequentemente no total da sua capitalização bolsista. Contudo, há sinais de que a empresa está já a diversificar os seus investimentos. Ainda de acordo com o relatório de contas que vimos citando, em 2009 a SCT investiu cerca de 80 mil contos em outras actividades fora do core business da empresa.
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Analise está interessante. Acho curioso a empresa distribuir mais de 95% dos lucros. Onde fica o capital para re-investimentos?? Treinamento de pessoal, accções de responsabilidade social?... Enfim, bom para os sócios...
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